Foi em 24 de agosto de 1995 que o sonho se tornou real por meio de uma Assembléia Constitutiva. Na época, eram 41 sócios fundadores acreditando no potencial da COOPED-CE, galgando os primeiros passos da categoria junto com a Socep.
A primeira diretoria foi composta, então, por Dra. Maria Gurgel de Magalhães na presidência, Dr. João Cândido de Souza Borges na vice-presidência, Dra. Regina Lúcia Portela Diniz como superintendente, Dr. Francisco Parente Brandão foi o primeiro tesoureiro e, finalmente, Dra. Catarina Franco Machado assumiu a secretaria.
No primeiro instante, as diretrizes voltaram-se unicamente para o atendimento em consultórios. Isto é, era preciso estabelecer convênios com as entidades de autogestão, as clínicas. No entanto, a Cooperativa foi surpreendida pelo desinteresse e receio dos médicos em abdicar do atendimento realizado por meio das Caixas de Assistência e implementar esta nova demanda cooperativista. Diferente dos tempos atuais, os consultórios pediátricos daquela década contavam com poucos pacientes e os médicos temiam arriscar-se. As forças partiram, então, para outro nicho de mercado.
À época, muitos pediatras plantonistas prestavam serviços em hospitais. O que dava margem para o trabalho em condições adversas, sobrecarregado e, inclusive, com remunerações impróprias para os profissionais. As circunstancias, consequentemente, contribuíam para uma fraca representatividade e possibilidade de luta da categoria.
Assim, a COOPED-CE, fortalecida pela organização do grupo, entrou como intermediária em negociações de melhorias trabalhistas. A partir daí, os pediatras passaram a receber remuneração mais justa, fato que culminou na elevação dos honorários dos plantões, tanto na rede pública como privada.
Reconhecendo a forte integração e o potencial do grupo, o Governo do Estado passou a ver na empresa uma excelente força de trabalho, devidamente qualificada e com condições de atuar nos hospitais da rede pública. Logo depois, o Município passou a fazer parte e também entidades particulares.
Outras frentes de atuação assumidas no período foram: a interação com a Seguradora Unimed, conseguindo menor valor de contribuição para o seguro-saúde temporário (SERIT); e cursos de Educação Cooperativa e incentivo à participação dos cooperados em eventos científicos, na busca de capacitação técnica.
Com forte atuação e organização políticas, o sentimento era de que havia viabilidade para a pediatria tão sonhada. Os anseios da COOPED-CE traduziam-se no atendimento de alta eficiência e interação saudável com os parceiros. Não obstante, a visão de futuro da Cooperativa acompanhava os avanços conquistados: buscava, então, a liderança no mercado da prestação de serviços de saúde.
Uma vez dentro dos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS), os pediatras contribuíram também para a evolução na qualidade e capacidade do atendimento pediátrico, em relação período anterior. As UTIs neonatais se expandiram e como já se trabalhava nos hospitais, de maneira organizada, conseguiu-se visualizar as demandas, encaminhando-as para o governo. Os hospitais geravam as necessidades e a empresa preparava os médico cooperados, qualificando-os para o atendimento.