O desejo de fazer uma pediatria com autenticidade e independência no estado do Ceará estava nos anseios de um grupo de pediatras locais. O ano era 1994 e a atividade limitava-se ao atendimento em clínicas e hospitais, em condições e remunerações adversas para os especialistas.
À época, Fortaleza vivia um momento vanguardista no cooperativismo brasileiro, especialmente na área da saúde. Cooperativas médicas como a Unimed Fortaleza e a Cooperativa dos Anestesiologistas do Ceará já haviam conquistado representatividade e atuação significativas no mercado local.
Nas discussões internas entre os pediatras, o exemplo das experiências bem sucedidas das outras classes fomentava o projeto de fazer nascer uma cooperativa própria. Alguns membros desse grupo já integravam a militância cooperativista na Unimed, portanto participavam das discussões, assim como sentiam a vivência funcionar no mercado fortalezense, o que permitia acreditar no sucesso da modalidade para a pediatria.
E o burburinho passava, aos poucos, do plano ideal para o real. Com forte apoio da Sociedade Cearense de Pediatria (SOCEP) – cujo presidente, na época, era o médico pediatra Dr. João Borges; ocupando, ainda, o cargo de primeiro vice-presidente da COOPED-CE. Assim, os pediatras tiveram força política para seguir em frente. A liderança foi da Dra. Maria Gurgel de Magalhães, presidente do Comitê de Defesa Profissional SOCEP e primeira presidenta da COOPED-CE, que também contou com grande apoio do Dr. Parente Brandão, Dra. Regina Portela e Dra. Catarina Franco.
O que aqueles médicos almejavam era, realmente, migrar para um novo modelo de mercado atuante, que atendesse às necessidades sociais e econômicas dos pediatras cearenses. O modelo escolhido estaria representado, institucionalmente, no cooperativismo. Contudo, a tarefa não era simples e demorou cerca de um ano para a fundação da COOPED-CE, em 1995.
Três comitivas trabalharam incessantemente na estruturação, em prol da fundação da Cooperativa, através de reuniões informais. Elas dividiam-se entre: Comissão Educativa, que disseminava a ideia do cooperativismo; Comissão Estatutária, que delineava as bases estatutárias; e a Comissão Socioeconômica que prospectava as necessidades financeiras, bem como estimava o volume de negócios para o empreendimento associativo a ser criado.