Quando o acolhimento familiar supera todas as dificuldades e se transforma em amor, tudo muda, inclusive o comportamento e desenvolvimento de uma criança diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista.

Daniel Igor Silva Bastos Valença tem dez anos. Brincar, pular, abraçar os irmãos, ir à praia, ser feliz, portanto, é sua nova vida, bem diferente da rotina de antigamente. Sua ida à consultórios foi deixada de lado quando sua terapia de melhor resultado foi descoberta dentro de sua própria casa, com seus pais, irmãos e familiares: o amor incondicional.

Diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aos dois anos de idade, Daniel é uma criança autista não-verbal. No começo a família hesitou em reconhecer a situação. Com o “choque” inicial, diversas avaliações foram realizadas por equipes multiprofissionais, ainda com a esperança de que houvesse um equívoco no diagnóstico.

O medo do desconhecido abalou a família; muitas perguntas e incertezas quanto ao futuro do Daniel. Iraneide Pereira e Dr. Fábio Bastos (cooperado COOPED) buscaram, então, diante da confirmação, conhecer sobre o Transtorno, pois além de cuidar com muito carinho da saúde física do filho, a família decidiu engajar-se, cada vez mais, no conhecimento que transforma e nas lutas que edificam.

Para Iraneide, o Pediatra é peça fundamental na vida de qualquer criança autista. Para ela, a ida da mãe ao consultório com seu filho – ainda nos primeiros sinais do TEA – é de grande importância. O Pediatra deve nortear esse tratamento. Para Iraneide, o maior desafio é ouvir o mundo aqui fora. “Ainda existem vários profissionais dedicados, mas muitas pessoas ainda não se importam com este assunto”, lamenta.

Os pais decidiram, há um ano e oito meses atrás, suspender as terapias do Daniel, com objetivo de observar e avaliar seu desenvolvimento. Seu quadro está em constante evolução e agora ele já obedece comandos mais longos como, por exemplo, pedido de troca de roupa e guardar um objeto.

A melhora no desenvolvimento irrompeu um novo mundo: mais brilhante e colorido! Daniel, agora com desenvoltura, participa mais, define suas vontades.

Para Iraneide, a criança autista precisa dessa oportunidade que muitos pais não têm coragem de oferecer. “É necessário explicar o que está acontecendo, para onde a criança vai. Eu ensino desde compartilhar uma lembrança de aniversário a participar de uma festa ou saída em um shopping”, destacou.

Recentemente, toda a família viveu grande emoção. No aniversário de 15 anos de sua irmã, em um buffet, Daniel Igor vestiu paletó, brincou com as crianças presentes, tirou fotos com a família, curtiu o som do dj e participou da festa até o encerramento.

“É preciso que o casal se avalie e se cuide psicologicamente. A família é a principal terapia quando levantamos nossa cabeça, perdemos o medo e a vergonha do autismo”, relata a mãe.

Atualmente toda família compõe uma Associação, chamada Pintando o SeteAzul, que busca compartilhar as experiências dos pais e ao mesmo tempo envolver os filhos em diversas atividades. É necessário que a sociedade leia mais, compreenda o Autismo e respeite as características. Inclusão continua sendo a palavra – chave.

A COOPED compartilha essa história e busca esclarecer e sensibilizar toda a sociedade e seus cooperados acerca do tema.